Linda Martini
Apresentação do novo EP Marsupial
Galeria Zé dos Bois
29/03/08
Os Linda Martini esgotaram a (pequena) Galeria Zé dos Bois para a apresentação do novo e muito aguardado EP Marsupial. Num concerto em que tinham à partida o público do seu lado, a banda apresentou uma mescla dos grandes temas do álbum de estreia, Olhos de Mongol, e dos novos temas, muito prometedores e que já muita gente tinha na ponta da língua.
Este é já o terceiro concerto que assisto da banda de Queluz, e foi de longe o melhor. Com a maior experiência de palco, nota-se uma grande evolução em termos técnicos e de interacção com o público.
Depois de mais de uma hora e meia de concerto, e de ter levado o público ao rubro em quase todas as músicas, os Linda Martini abandonaram o palco deixando toda a gente sedenta de mais.
Não acompanhei Six Feet Under durante o seu período de exibição, mas algo sempre me disse que esta série tinha algo especial que iria mexer comigo. E tinha razão...
A magia da série fez com que demorasse apenas um mês a terminar todos os episódios das cinco temporadas, tal era o vício e a urgência que tinha de ver episódio atrás de episódio.
Hoje, após ter visto duas vezes o apoteótico episódio final, posso afirmar que Six Feet Under é a melhor série televisiva alguma vez feita.
A história assenta na família Fisher, dona de uma casa funerária, que após a morte do patriarca, tem que lidar com uma série de mudanças significativas. A partir daqui, somos envolvidos pela grandeza das personagens e pelo leque de grandes actores que as desempenham, e que fazem tudo funcionar.
Apesar do tema central ser a morte, e de tratar de muitos assuntos polémicos, como a homossexualidade, a promiscuidade e as drogas, tudo é abordado com um humor de fino recorte e uma ironia que fazem de Alan Ball um dos mais geniais argumentistas da actualidade. Esta é a sua pérola, perfeita em todos os pormenores, em todos os diálogos, em todas as emoções...
George: [Making a toast] To Nate.
David: To Nate.
Bettina: To Nate.
Claire: To Nate.
Keith: To Nate.
Ruth: To my firstborn.
Anthony: To Uncle Nate.
Durrell: Yeah, to Uncle Nate.
Brenda: [to Maya] Can you say "To Daddy"?
Maya: To Daddy!
Brenda: To Nate.
Sondre Lerche – Faces Down (2001)
Sondre Lerche é um singer-songwriter norueguês que, com apenas 19 anos, lançou um magnífico álbum de estreia, Faces Down.
Com uma produção impecável e um som bastante maduro, este álbum é um dos bons exemplos da boa música que nos chega hoje em dia dos países nórdicos.
Alguns temas deste álbum figuram na excelente banda sonora do filme de 2007 Dan In Real Life, inteiramente da autoria de Sondre.
Artistas Semelhantes: Aqualung, Sufjan Stevens, Kings of Convenience
Being John Malkovich – Queres ser John Malkovich? (1999)
De: Spike Jonze
Com: John Cusack, Cameron Diaz, John Malkovich
Esta semana deixo-vos com um dos meus filmes favoritos. Craig (John Cusack) descobre uma porta misteriosa no seu novo emprego, no piso oito e meio. Essa porta é capaz de transportar, quem por ela passe, para a cabeça de John Malkovich. O desejo de ver as coisas pelos olhos de outra pessoa acompanha-nos sempre, e neste filme, é realmente possível.
Os Tinariwen são uma mítica e extremamente respeitada banda tuareg. Provenientes do Mali, tornaram-se conhecidos por lutarem pela independência do seu povo, tanto pela via armada como através das suas músicas de cariz político e interventivo. Desde 1982 que a sua mensagem é passada na região do Sahara através de álbuns em cassete, e apenas em 2000 lançam o seu primeiro disco, The Radio Tisdas Sessions. Desde então têm vindo a receber o reconhecimento no universo da world music que merecem.
Considerados a primeira banda tuareg a usar guitarras eléctricas, os Tinariwen conseguem dar uma nova dimensão e frescura a um estilo de música marcadamente étnico e menos acessível.
Foi o álbum de 2007, Aman Iman, que me abriu as portas para estes embaixadores do Sahara, que considero uma das minhas descobertas mais interessantes dos últimos tempos.
The Return of Jezebel James, nova série da criadora de Gilmore Girls, Amy Sherman Palladino, conta-nos a história de duas irmãs que após vários anos de separação acabam no mesmo apartamento. Quando a irmã mais velha (Parker Posey) descobre que não pode ter filhos, recorre à irmã (Lauren Ambrose, a eterna Claire de Six Feet Under) para ‘alugar’ o seu útero. Durante o tempo pré, durante e pós-gravidez, têm a tarefa de se conhecer.
As semelhanças com Gilmore Girls estão bem à vista: relações entre duas pessoas, as conversas sempre com a chávena do café mesmo ao lado, e até personagens que faziam parte do elenco estão aqui presentes.
The Return of Jezebel James não nos dá nada de novo, mas tem potencial para ser melhor, e espero que seja bem explorado. Se isso não acontecer e por muito mau que seja, tendo em conta o seu anterior projecto, Amy terá tantas oportunidades quantos episódios forem exibidos.
Artistas Semelhantes: The Apples in Stereo, Of Montreal
De: Terry George
Com: Don Cheadle, Sophie Okonedo, Nick Nolte, Jean Reno
Finalmente! Onze anos depois, os Portishead lançam o seu muito aguardado terceiro registo original, Third. E apesar de tudo, a longa espera foi largamente compensada pela magnífica qualidade do álbum.
Cheio de guitarras agressivas, este Third revela uma sonoridade mais rock do que estamos habituados na banda de Bristol, assim como uma produção muito mais lo-fi. O que se mantém é o ambiente soturno, muito característico da banda, assim como a voz inconfundível e perfeita de Beth Gibbons.
Músicas grandiosas como The Rip ou We Carry On deixam-me com certezas que este álbum constará em muitas listas dos melhores de 2008.
Liam é um adolescente que sonha com o dia em que a mãe sairá da prisão. Com o intuito de mudar as suas vidas, deixa a escola, começa a vender tabaco com o seu companheiro de sempre Stan, e descobre que é bastante mais lucrativo vender droga. Com o sonho de comprar uma casa, e dar à mãe e à irmã um novo começo, mete-se em aventuras com pessoas muito perigosas. Até que, no dia do seu décimo sexto aniversário, acontecem toda uma série de acontecimentos que o decepcionam, e fazem amadurecer muito mais cedo.
Sweet Sixteen (2002) é um retrato duma família separada, em que o elemento mais jovem é, de facto, o mais maduro, sonhador e responsável.
Está de volta uma das duplas mais frescas do panorama musical actual. Depois de em 2006 terem trazido o funk e a soul de volta aos lugares cimeiros dos tops com St. Elsewhere, os Gnarls Barkley presenteiam-nos com The Odd Couple, o seu álbum de confirmação.
Mantendo a mesma sonoridade do anterior, este álbum revela-nos o amadurecimento e a consistência dos Barkley enquanto duo criativo. Todas as músicas são irrepreensivelmente produzidas, ou não fosse Danger Mouse um dos melhores produtores de hip-hop actuais, com destaque para as fabulosas Charity Case (grande abertura), Going On e Blind Mary.
Com um salto qualitativo em relação ao álbum anterior, que já de si era muito bom, tornam-se assim num caso sério no futuro da música soul.
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